segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Inclusão Digital

Pra quem vive em uma sociedade capitalista como a nossa, o convívio com a exclusão é algo que acontece a cada minuto, a cada esquina que se dobra. Por toda parte o sistema capitalista, em sua forma mais cruel, vai fazendo suas vítimas. São milhares de pessoas que vivem totalmente à margem sem condições dignas de moradia, sem alimentação de qualidade e suficiente, sem uma educação de qualidade que lhes dê condições e esperança de fazerem parte da sociedade da qual foram excluídos. São aqueles dos quais são tirados todos os direitos que os fazem participantes ativos dessa mesma sociedade. Além das formas comuns que vemos de exclusão, existe uma outra tão cruel e de efeito devastador quanto as demais: a exclusão digital. As novas tecnologias estão aí indicando-nos que vivemos em uma nova era marcada pela rapidez da informação, pela quebra das fronteiras e barreiras temporais e geográficas, pela produção coletiva de conhecimento e informação e pela disseminação em massa dos mesmos. Apesar de vivermos em uma época na qual milhares de pessoas utilizam algum tipo de tecnologia em seu dia-a-dia, presenciamos também uma realidade inversa na qual milhões e milhões de pessoas vivem à margem da sociedade por não saberem utilizar essas mesmas tecnologias: os chamados excluídos digitalmente. São aqueles que nunca tiveram acesso ao conhecimento digital e que por isso foram-lhes negados alguns espaços na sociedade na qual vivem.
Falamos tanto em inclusão daqueles que estão fora do mercado de trabalho, daqueles que estão fora dos diretios de moradia digna e melhores condições de sobrevivência; em inclusão daqueles que estão fora das decisões acerca do seu governo e nos esquecemos que a inclusão digital faz-se necessária tanto quanto as demais para que o indivíduo possa movimentar-se e participar ativamente dessa sociedade capitalista e exclusivista como a nossa. A inclusão digital tanto implica liberdade como tanbém autonomia. Liberdade porque a partir do momento que o indivíduo passa a conhecer determindada coisa por si mesmo, ele passa a andar com suas próprias pernas e criar seus própros caminhos, não vai depender que outro lhe guie como cego ao atravessar a rua. E por fim, significa autonomia, pois esse mesmo indivíduo passa a crer em seu próprio potencial para criar e buscar novas informações e participar ativamente da construção do seu próprio conhecimento. Penso que as escolas deveriam e podem ser espaços onde esse tipo de inclusão pode e poderá acontecer de tal forma que muitos de nossos jovens de hoje que mal sabem ligar uma máquina sejam produtores de seu próprio conhecimento nesta era digital. Só que para isto é preciso que o ensino seja reformado e que a nossa educação seja mais valorizada a ponto de fazer com que seja ela prioridade nos programas de nossos governantes e que se invista mais neste setor para melhorar a qualidade e a universalizar a oferta de educação básica de qualidade para toda a população, principalmente, aqueles que são menos desfavorecidos economicamente.

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